quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

IMS participa de atividade à distância no FSM 201


Como parte da programação Dacar Expandida, do Fórum Social Mundial 2011, o Instituto Marista de Solidariedade (IMS), junto com a Cáritas Brasileira e o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), promoveram a atividade “Diálogos com o Brasil”, na tarde desta quarta-feira (09/02), 14h no Brasil e 16h em Dacar, no Senegal.

Foi um momento de troca de experiência entre os dois países. De Dacar, três estudantes universitários ouviram sobre a Economia Solidária no Brasil. O integrante do empreendimento econômico solidário Cooperativa de Trabalho e Produção das Pessoas Unidas de São Sebastião (Cooperunião), do Distrito Federal, falou sobre como funciona sua cooperativa, hoje com 35 sócios. A Cooperunião foi fundada em 2000 e trabalha desde então em três segmentos: na culinária, com produção de refeições e alimentos naturais; no artesanato, com produtos fabricados com reciclagem; e na beleza, com a promoção de variados cursos (manicure, design de sobrancelhas, depilação etc.) destinados as mulheres da comunidade.

Os estudantes senegaleses se interessaram pela temática, mas explicaram que em Dacar, os trabalhos humanitários ainda não conseguiram se organizar tanto no aspecto da economia solidária. Eles disseram que em Dacar, os projetos humanitários ainda se concentram em ações desenvolvidas por Organizações Não-Governamentais, como em atividades relacionadas à promoção da educação, por exemplo.

Ao fim da atividade, os participantes brasileiros e os universitários de Dacar trocaram contatos com o objetivo de manter o diálogo iniciado na atividade. Os africanos receberão, por correspondência, anéis de tucum, enviados pelas entidades do Brasil, como símbolo da luta social.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

CAJU no I Seminário Nacional de Economia Solidária

Fonte: Casa da Juventude - CAJU

Quero partilhar minhas impressões do I Seminário Nacional de Economia Solidária da Cultura que aconteceu em novembro de 2010, em Osasco - SP. A Alessandra me deu a missão de fazer a CAJU presente nesta atividade, e o mais interessante disso foi o fato da Secretara Nacional de Economia Solidária ter feito o convite, o que atesta a grande relevância do nosso trabalho nessa área. 

Este foi o primeiro Seminário Nacional que discutiu especificamente a Cultura no âmbito da ECOSOL, e contou com a participação de pessoas vindas de Empreendimentos Econômicos Solidários, Pontos de Cultura e demais projetos relacionados de todo o país. Éramos cerca de 300 pessoas. A Secretaria Nacional de ECOSOL e o Ministério do Trabalho, junto com a prefeitura de Osasco financiaram todo o evento. 

Foi um evento pensado com muito carinho pelas pessoas de Osasco. Fomos carinhosamente acolhidos... Penso que as pessoas que trabalham com ECOSOL propõem também que as pessoas se relacionem de uma outra maneira, mais próxima, mais afetiva. 

E claro! O evento contou com muitas apresentações artísticas! Com direito a show do Teatro Mágico, que é de Osasco! A dinâmica do seminário consistiu, no primeiro dia, em relatos de experiências de empreendimentos econômicos solidários que trabalham com cultura, como a Cooperativa Paulista de Teatro, que existe há 30 anos e o Coletivo Circuito Fora do Eixo. Depois dos relatos houveram debates. No dia seguinte nos dividimos em grupos de trabalho para discutirmos vários temas relacionados aos desafios da ECOSOL e da cultura, tais como financiamento, políticas públicas, etc. 

Duas coisas me impressionaram bastante: primeiramente a qualidade do evento, e o quanto Osasco é uma referência nacional em Economia Solidária; a outra: havia apenas um pequeno grupo de jovens no evento...de fato a Economia Solidária é algo vivenciado, debatido e realizado por adultos e idosos, o que só reforça a grande importância dessas oficinas aqui na CAJU. 

Mas, muito me impressionou o trabalho desenvolvido por jovens em São Carlos/SP, do Coletivo Circuito Fora do Eixo. Uma jovem de descendência japonesa, Carol, deu uma aula de economia, moeda solidária e vida em coletividade ao relatar a experiência desse coletivo. Trata-se de um coletivo que reúne vários outros coletivos que trabalham com cultura em todo o Brasil, de maneira solídária, realizando festivais, grandes e pequenos eventos, fazendo circular milhões de reais, em moeda solidária. 

A Carol me fascinou! Acho que porque me identifiquei muito com ela, por isso assim que ela desceu pra plateia fui correndo convidá-la pra vir participar das oficinas, para partilhar com outros jovens essa experiência maravilhosa, e encantá-los assim como eu me encantei. Ah! E ela também se fascinou com o projeto da Casa, e disse que topa vir! Se quiserem saber mais sobre esse coletivo, acessem: http://foradoeixo.org.br/

No encerramento do seminário, foi aprovado um documento que será apresentado à Presidência da República, solicitando a criação de um Ministério da Economia Solidária, e ao que tudo indica, isso realmente acontecerá nessa gestão... 

Enfim, esse seminário veio para reforçar que uma outra economia acontece também para quem quer viver de arte, de teatro, de música, de coco, não é? E acredito que nós podemos e devemos e acrescentar esse debate da ECOSOL da cultura às nossas conversas e ações por aqui.


  • Bruna Junqueira - Integrante do Conselho Geral da CAJU.



  • quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

    Eduardo Campos anuncia criação de secretaria executiva de Agricultura Familiar em PE


    Responsável por 70% de todo o PIB rural de Pernambuco e por sete em cada dez empregos gerados no campo, a agricultura familiar ganhou estrutura exclusiva dentro do novo organograma do Governo do Estado. O governador de Pernambuco e presidente Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Eduardo Campos, anunciou nesta segunda-feira (24) o engenheiro agrônomo e mestre em Administração Rural pela UFRPE José Aldo dos Santos como o titular da Secretaria-executiva de Agricultura Familiar.

    A criação da nova pasta e a escolha de José Aldo agradaram em cheio aos movimentos sociais. “Essa nova organização é uma sinalização clara, objetiva e satisfatória aos nossos pleitos”, cravou Almir Xavier, membro da direção estadual do Movimento Sem Terra. Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape), Doriel Barros também reconheceu o avanço do diálogo entre o Governo e os movimentos sociais. “É um passo importante para consolidar a agricultura no campo e a interiorização do desenvolvimento passa por esse fortalecimento”, pontuou.

    Natural de Altinho, no Agreste pernambucano, José Aldo já coordenou o Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá e foi membro da coordenação da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA). Ele exercia o cargo de diretor de Articulação do Semiárido Pernambucano (ASA-PE) até a última sexta-feira, quando foi convidado para nova missão. ”As políticas estavam fragmentadas em várias secretarias, vamos agora dar uma unidade nas ações e, assim, fortalecê-las”, explicou o novo secretário, que desde 1989 é ligado a movimentos sociais da causa agrária.

    “Aldo vai nos ajudar a ter uma política com foco e direcionada para quem vive nas pequenas propriedades com tantos desafios no acesso ao conhecimento, à água, à educação e à saúde. Com certeza essas políticas públicas vão ser ajudadas com a criação da secretaria”, explicou o governador.

    Ao discursar, Eduardo afirmou ainda que a nova estrutura representa “um contorno da luta do povo que tem a marca do nosso campo político” e lembrou que há 47 anos o seu avô, o ex-governador Miguel Arraes, reuniu de forma pioneira, naquele mesmo salão do Palácio do Campo das Princesas, usineiros e trabalhadores da indústria canavieira de Pernambuco para uma rodada de negociações. O “Acordo do Campo” garantiu alguns direitos aos safristas como o recebimento de um salário mínimo, por exemplo.

    A cerimônia de anúncio da nova secretaria trouxe a Pernambuco o secretário executivo de Desenvolvimento Territorial do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), Humberto Oliveira. O estado passa a ser o terceiro a contar com uma secretaria própria para as questões do pequeno produtor rural. Antes, apenas a Bahia e o Ceará possuíam pastas semelhantes.

    A nova pasta está vinculada à Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária e dividida em três gerências: Desenvolvimento Territorial, Produção Rural e Comercialização e Assistência Técnica. O orçamento de R$ 10 milhões será utilizado prioritariamente como contrapartida para projetos e convênios com o Governo Federal.

    Assessoria de Comunicação Social do Governo de Pernambuco